Em sessão solene nesta sexta-feira (6), a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes concedeu o “Título de Cidadão Mogiano” in memoriam ao educador José Cipriano, mais conhecido como professor Cipriano. A iniciativa da homenagem é do vereador Francimário Vieira (PL), o Farofa, e cumpre os termos do Decreto Legislativo n° 153/2022. O diploma em pergaminho foi entregue a Marco Antônio Cipriano, um dos filhos do homenageado, falecido em maio deste ano. Os trabalhos legislativos foram conduzidos pelo vereador e presidente da Câmara, Marcos Furlan (Pode), com o vereador Policial Maurino (Pode) na 1ª secretaria.
Já a mesa diretiva foi composta por Marco Antônio Zatsuga, diretor da ACMC (Associação Comercial de Mogi das Cruzes), pela professora Maria Fátima de Oliveira Araújo, diretora da ETEC (Escola Técnica Estadual) Presidente Vargas, pelo professor Cláudio Ferreira dos Santos, coordenador do curso de Mecânica da ETEC Presidente Vargas, por Benedito Ballouk, gran mestre do GOSP (Grande Oriente São Paulo), por Expedito Tobias, — representando o deputado estadual Marcos Damásio (PL) —, por Marcello Cusatis, gestor do Hospital Santa Maria de Suzano, além de Marco Antônio Cipriano, que representou o homenageado.
O vereador Farofa iniciou os discursos em reconhecimento ao professor José Cipriano. “Nestes dias, tem passado um enorme filme em minha cabeça. Planejamos muito esta noite, queríamos fazer uma grande festa. Não foi possível, infelizmente. Mas Cipriano deixou um legado maravilhoso no coração de cada um de nós. Formou mais de 3 mil alunos. Cipriano era animado e alegre. Estamos com saudade, mas este é um momento de festejar, e não de se entristecer”.
O aluno Rafael Victor Loreto de Azevedo fez um discurso para enaltecer José Cipriano como educador. “Tive a honra de ter aula com o professor Cipriano. Não apenas nas disciplinas da escola, mas na vida. Ele foi um amigo, um pai e um avô. O professor significou muito na minha vida: era um homem honrado e bom. Obrigado por ter sido uma das pessoas mais especiais que já conheci na vida”.
Também falou o professor Cláudio Ferreira dos Santos, coordenador do curso de Mecânica da ETEC Presidente Vargas. “Com muita honra, em nome dos amigos da ETEC, que estão aqui em peso, agradeço o imenso legado deixado por Cipriano a todos nós. Dois meses antes de Cipriano partir, ele me mostrou o Projeto de Decreto Legislativo e disse que me convidaria para a comemoração. Ele era sábio e muito sério”.
Benedito Ballouk, gran mestre do GOSP, representou a maçonaria. “Meu querido irmão e corintiano está onde agora? Ele está nos alunos, na família, nos netos, nos amigos etc. Alguém só morre quando nos esquecemos dessa pessoa. Para mim, Cipriano está em uma ilha que eu não posso ir”.
Marco Antonio Cipriano falou em homenagem a seu pai. “Era um valoroso pai de família, um homem honrado e trabalhador. Estamos felizes por estar aqui hoje para fazer uma homenagem póstuma. Isso acalenta a nossa alma, nos faz lembrar o quanto os momentos que tivemos com ele foram especiais. Nunca ouvi meu pai reclamar de nada, nem mesmo com a doença, nem mesmo nos seus últimos dias. Ele foi um grande exemplo. Fica a minha eterna gratidão ao vereador Francimário Vieira, o querido Farofa. Mogi estará sempre em nossos corações”.
Por fim, Furlan encerrou a cerimônia. “Foi muito emocionante esta sessão solene. Já participei de muitas sessões como a de hoje, muitas delas extremamente emocionantes. Mas a de hoje foi a campeã. Eu o conheci: Cipriano era muito ativo e alegre. Saúdo toda a família, os amigos e alunos”.
Biografia
José Cipriano nasceu em 1943 na fazenda Bom Jardim, em Santo Antônio do Amparo, Minas Gerais. O homenageado foi casado por mais de 35 anos com Maria do Carmo Gomes Cipriano. Ele faleceu em maio de 2023 e deixou três filhos: Marco Antônio, Sidney Roberto e Tatiana. José Cipriano era também avô de três netos: Lucas, João Victor e Davi, além de ser bisavô de Heloísa e Anthony.
O educador chegou a Mogi das Cruzes aos 6 anos, no final da década de 40. Cipriano passou a infância e a juventude na Vila Industrial, já que seu pai veio para a Cidade para trabalhar na antiga Mineração Geral do Brasil (MGB).
Aos 13 anos, ele perdeu a mãe e ajudou o pai na criação dos irmãos. Fez o primário e o ginásio na Escola Estadual Dr. Deodato Wertheimer e o colegial no Instituto de Educação Dr. Washington Luis. Paralelamente, estudou Mecânica de Ajustagem no Serviço Nacional de Aprendizagem lndustrial (Senai).
Também fez curso de Desenho Mecânico na antiga Escola Industrial Presidente Vargas (hoje Escola Técnica Estadual - ETEC), onde voltou como professor anos mais tarde, somando mais de 40 anos de trabalho. O professor era formado em Engenharia de Operação pela Universidade Braz Cubas (UBC).
Seu primeiro emprego foi como estagiário do Senai aos 15 anos, na Mineração Geral do Brasil. Desde então, ele descobriu sua afinidade para a área de Desenho Industrial e Manutenção. Cipriano trabalhou em diversas indústrias da região, tais como:
- Companhia Siderúrgica de Mogi das Cruzes;
- Indústria de Papel Rio Verde;
- Companhia Mogi de Café Solúvel;
- IBAR (Indústria Brasileira de Refratários);
- Hoescht do Brasil.
Em paralelo às atividades exercidas na indústria, Cipriano desde 1979 se dedicou ao ensino técnico na Cidade, tendo passado pelas escolas Liceu Braz Cubas, Escola Técnica Mogiana e pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.
