A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes realizou na noite desta terça-feira, 29, o 1° Simpósio sobre “Ansiedade, Depressão e Estresse” no auditório Tufi Elias Andery. O evento é uma iniciativa do vereador Johnross (PODE) e obedece à Lei n.º 7.966/23, que instituiu na Cidade a “Semana da Psicologia”, em alusão ao “Dia do Psicólogo”, comemorado no último domingo, 27.
A professora Doutora Vera Socci abriu os trabalhos, apresentando os palestrantes e falando sobre sua atuação na vertente de psicologia do chamado “Mandato Participativo” do vereador. “Espero que seja o primeiro de muitos eventos organizados por esse vereador, que tem esse mandato participativo em vários campos de atuação: engenheiros, arquitetos, pedagogos, psicólogos etc. Infelizmente, os brasileiros são muito omissos na participação política. Por isso, a iniciativa do mandato participativo do vereador Johnross é uma forma de estimular a nossa atuação”, disse.
Fabiane Souza da Silva, psicóloga com Especialização em Psicologia Organizacional e em Psicologia do Esporte, foi a primeira a falar e tocou no tema “estresse”. “É importante ter planejamento para evitar o estresse. Acordar e ter planos para o dia alivia muito. O estresse pode ser evitado olhando para si mesmo. Existe solução para combater o estresse. Fazer terapia ajuda demais. Então, quem se vir estressado deve buscar ajuda profissional”, aconselhou.
Adriana F. de Oliveira Santos, psicóloga com curso de extensão em Neurociências sobre Transtornos Ansiosos e Depressivos pelo Instituto Albert Einstein, abordou o tema “ansiedade”. “A ansiedade nos prepara para enfrentar situações. É um sinal de alerta que nos avisa: é hora de lutar ou de fugir. No entanto, com a mente muito acelerada, a gente começa a acreditar nos pensamentos negativos, que acabam nos dominando. A ansiedade é normal. Mas como saber se ela é patológica? O que diferencia é a intensidade, a frequência e os prejuízos. Quando a pessoa corriqueiramente sente falta de ar, problemas do sono, dificuldade para se alimentar, para se concentrar, para produzir etc., ela provavelmente está com ansiedade patológica. Nesse caso, o tratamento é fundamental. A ansiedade sem tratamento pode desencadear outros transtornos, como a depressão”.
Já Renata Fátima Alves Silva, psicóloga com Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, falou sobre a depressão. “A depressão é o sangrar da alma. Mas ela é diferente da tristeza, embora muitos confundam os dois conceitos. Depressão é uma doença. Tristeza é inerente ao ser humano. A durabilidade faz a diferença, assim como a intensidade ou a especificidade, já que, na tristeza, a pessoa sabe a razão daquele sentimento. Já na depressão, o indivíduo não sabe muito bem os porquês daqueles sentimentos. A depressão dura meses e anos e pode ter efeitos incapacitantes, inclusive o suicídio”.
Sueli dos Santos Vitorino, doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e docente do curso de Psicologia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), tocou no assunto prevenção da ansiedade e depressão, entre outros temas. “Crises da vida são normais: ter um filho, atravessar uma adolescência, perder um emprego. Mas essas tristezas normais podem virar transtorno. Por isso, é preciso prevenir. Mas como? Fazendo atividade física, cuidando da socialização, tendo uma alimentação de qualidade, investindo no lazer, descansando e relaxando, dormindo bem e desenvolvendo o autoconhecimento”.
A profissional falou também sobre como ajudar alguém que já está deprimido e/ou ansioso. “Falar que tem tratamento, que é possível encontrar uma saída, aconselhar a procura pela ajuda de um profissional, não ignorar comentários suicidas e estimular o desenvolvimento de atividades produtivas são gestos que podem ser muito úteis”.
Diogo Arnaldo Corrêa, professor da UMC, mestre e doutor em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), foi o último psicólogo a falar durante o Simpósio.
“Por um lado, o ser humano é indivisível, ou seja, único. Por outro, somos múltiplos. Cada ser humano se desdobra em maneiras variadas de ser. O ser humano é uma dádiva e uma catástrofe ao mesmo tempo. Estamos sempre em crise. Aliás, somos a crise. No entanto, a crise pode nos mobilizar para a mudança. Em sua etimologia, a palavra crise remonta a separar para reintegrar”.
Depois das explanações, o público pôde fazer perguntas sobre o tema. Por fim, o vereador Johnross encerrou os trabalhos. “Agradeço a todos os componentes da mesa pela participação. Foi um evento muito gratificante. Andamos tão desconfiados de tudo e de todos, que esquecemos que podemos nos unir. Não sou psicólogo, mas aprendi com eles: podemos sair de dentro de nós para auxiliar os outros. É o que estamos fazendo na política”.