Na noite desta quarta-feira (09), a Comissão Especial de Vereadores CEV do Desenvolvimento Econômico, presidida pelo vereador Edson Santos (PSD), recebeu a presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, Fádua Sleiman. Ao lado dos vereadores Victor Emori (PL) e Iduigues Martins (PT), conversaram sobre os avanços da cidade na área do comércio e geração de empregos.
Foram discutidos, dentre outros assuntos, o impacto dos pedágios na economia local, a redução do ISS, a revitalização do centro da cidade, problemas relacionados à Segurança Pública. Também questionaram se houve melhoria em relação a implantação dos totens de monitoramento na visão dos comerciantes e a possibilidade de se criar novas regras de uso para o mercadão municipal.
Introduzida a pauta, o presidente da comissão Edson Santos pediu que a presidente da Associação Comercial fizesse uma breve explanação da situação atual do comércio em Mogi. “Somos um polo econômico e temos nos tornado nos últimos seis anos um polo gastronômico. Logo após a saída da pandemia, as pessoas buscaram muito lazer e gastronomia, fortalecendo esse segmento. Em 2023, o comerciante ainda não sente segurança nas políticas do atual governo, está vagando em relação às reformas tributárias, ainda temos taxas de juros altas, alguns comerciantes estão endividados ou buscando dinheiro junto aos bancos privados. Então, o cenário é de receio, mas com uma boa expectativa para o segundo semestre”, apontou Fádua.
Na sequência, o vereador Edson Santos questionou sobre o impacto do pedágio no comércio e serviços, além de como está a Segurança Pública na visão do comerciante e lojistas, bem como quais são as ideias que o mercado produtivo tem para tornar o centro da cidade e os demais pontos de comércio intenso espalhados por Mogi em atrativos para os consumidores.
“O pedágio vai impactar na mobilidade urbana, no preço final do produto ou serviço e não favorecerá as cidades vizinhas, porque Mogi é importadora e exportadora de produtos e serviços há um grande fluxo de deslocamento entre o nosso município e os demais, incluindo a capital São Paulo, tanto de pessoas como de cargas. Uma pesquisa superficial que fizemos na Associação Comercial, apontou que terá um impacto de 12% no produto final, em média, ou o empresário terá que reduzir sua margem. E o mogiano será duplamente impactado, porque ainda tem o pedágio da Mogi-Bertioga. Somos contra o pedágio e participaremos de todas as mobilizações para impedir a sua implantação”, destacou Sleiman.
Quanto à Segurança pública, Fádua analisou que houve o empobrecimento da população mediante a pandemia da covid-19, mas o que se percebe foi um aumento no fluxo de pessoas vindas de fora que estão em situação de vulnerabilidade em Mogi ou vêm para cá só para realizar furtos, roubos e pequenos assaltos. “O que nos foi passado é que num determinado momento compete à Prefeitura, à Guarda Municipal, em outro momento que compete à Polícia Militar. A PM comunicou que não tem braço para atender à nossa demanda, o que nós pedimos da Prefeitura é o deslocamento da guarda para as estações de trem, por onde muitos dos mal intencionados acessam a cidade”, explicou Sleiman.
Fádua Sleiman apontou ainda que em reunião com a Prefeitura e o secretário de Desenvolvimento, Pedro Komura, foi apresentado um projeto de revitalização com nova iluminação permanente para o centro da cidade. “Precisamos nos apropriar do centro da cidade, para que os mogianos retornem com suas famílias a passear pelo centro inclusive aos domingos. O mercadão que poderia ser um polo turístico tem lojas fechadas, especialmente no primeiro andar, onde alguns boxes são utilizados como depósitos”, disse Fádua.
“Se tivermos mais Segurança, porque aquela região do centro está tomada por assaltos. Há comerciantes que deixam os clientes entrar na loja, fecham as portas, para poder atender os clientes com alguma segurança”, completou Fádua.
Entre as perguntas do vereador Iduigues Martins, destacou-se os investimentos feitos nos totens de monitoramento que implicam em um custo de R$7 milhões ao ano, para o Executivo municipal. O vereador também questionou sobre os calçadões e novos shoppings na cidade, quais os impactos destas medidas.
“Sobre os totens não temos pesquisa de impacto. Como empresária da Educação, eu soube de situações pontuais que foram respondidas a contento. Ao comércio eu não tenho essa resposta, acredito que toda medida é bem-vinda, mas seria bom ter pessoas, mais guardas municipais que conhecem o comerciante, a dinâmica, o perfil dos consumidores para que possa identificar melhor quem está causando insegurança nas áreas comerciais”, respondeu Fádua.
“Os shoppings levam entre 3 e 5 anos para se consolidarem, mas a geração de empregos é pequena em relação ao que o comércio de rua pode gerar ao receber fomento e ao se expandir pelos bairros, porque quando um polo se desenvolve aí a média de empregos é de uma mil, duas mil contratações. Já no calçadão, constantemente fazemos pesquisas, mas o que temos observado na prática é que as vagas são utilizadas, prioritariamente, pelos empresários e funcionários das lojas”, afirmou Sleiman.
Por fim, o vereador Victor Emori falou da importância da reunião para geração de um relatório de indicações para melhor atuação da Prefeitura nas áreas que impulsionam o desenvolvimento econômico da cidade.