A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes aprovou, durante a sessão ordinária desta terça-feira (23), a Moção nº 68/2022, apresentada pelo vereador Edinho (MDB). A proposta visa repudiar o ato de racismo sofrido pelo atleta Vinícius Júnior, do Real Madri, durante uma partida contra a equipe do Valência, na Espanha.
Na ocasião, o jogador da Seleção Brasileira foi vítima de insultos racistas, sendo chamado de “macaco” por parte da torcida local, no estádio Mestalla. “Não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que estou aqui falando sobre a questão racial. O objetivo dessa Moção é reafirmar a posição desta Casa no irrenunciável combate a todos os atos de injúria racial, discriminação e racismo. Essa atitude deve ser firmemente combatida. Somos totalmente contra qualquer tipo de intolerância”, ressaltou o parlamentar.
“Tudo o que o vereador Edinho falou nessa Casa, eu faço coro. É lamentável ter que subir nessa tribuna para falar de um caso de racismo. A gente pensa que só aqui no Brasil se fala que é contra o racismo, a favor da igualdade social, prega uma coisa e vive outra”, disse Juliano Botelho (PSB).
“Quero lembrar que ninguém nasce racista, a sociedade que vai colocando o racismo, o nazismo, o fascismo. Tentamos colocar isso no nosso Plano Municipal de Educação, nossos professores não podem abordar esse tema porque não há diretriz para isso. O que ocorreu na Espanha, que na Itália também ocorre, são marcas fortes do racismo que os Estados não combatem”, acrescentou Iduigues Martins (PT).
“Estamos fazendo o nosso papel repudiando o que o jogador Vini sofreu. Mas, temos que envolver outras entidades, organizações demonstrando que isso não pode mais acontecer em lugar algum, como disse o vereador Juliano Botelho”, endossou a vereadora Inês Paz (PSOL).
“O racismo floresce da ignorância. Estamos no século 21, não podemos em hipótese alguma aceitar o que aconteceu na Espanha com um brasileiro e ficarmos inertes diante de tudo isso. Esse caso repercutiu muito, mas quantas pessoas sofrem caladas porque não têm a quem recorrer, que acabam trazendo outras consequências no dia a dia?”, questionou o vereador Policial Maurino (PODE).
Já o vereador Edson Santos (PSD) destacou que todos os vereadores pediram para assinar a Moção e solicitou uma salva de palmas em apoio ao jogador e a todos os outros que lutam contra o racismo e contra o preconceito.
“Realmente é epidêmico esse assunto, como o vereador Policial Maurino falou, eu não gostaria de estar com essa pauta aqui hoje. Acho que a torcida deveria ser punida, nunca mais poder pisar no estádio, ou o time não poder participar da Liga por alguns anos. A impunidade abre precedentes para que continue acontecendo”, complementou o vereador Gustavo Siqueira (PSDB).
“No clássico São Paulo e Corinthians o juiz teve que parar a partida por causa de homofobia, tenho amigos que disseram que era mimimi, mas ontem estavam fazendo protesto contra o caso de racismo, ou seja, escolhe o preconceito que ele vai repudiar. E nós não podemos tolerar nenhum tipo de preconceito mais e em nenhum lugar, no esporte, nas escolas”, afirmou o vereador Zé Luiz (PSDB).