Por meio da aprovação da Moção nº 31/2023, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (15), o Legislativo mogiano consignou votos de aplausos ao Fórum Mogiano LGBT. O Fórum foi criado no 1°. Encontro Mogi Sem Homofobia, que ocorreu no último dia 9 de março. A proposta foi de iniciativa de Inês Paz (PSOL) e Iduigues Martins (PT). Votaram contrário à propositura os vereadores Policial Maurino (PODE), Johnross (PODE) e Gustavo Siqueira (PSDB).
O encontro reuniu um grupo de lideranças LGBTQIA+ do município que decidiu constituir o "Fórum Mogiano LGBT", se tornando a primeira associação legalmente constituída, sem fins lucrativos de defesa dos direitos da população LGBTQIA+. A Associação também realiza diversas ações junto ao poder público municipal e também em parceria com os demais movimentos sociais, como palestras, manifestações públicas contra casos de violência e participação nos Conselhos Municipais como de Saúde, Mulher e Promoção da Igualdade Racial.
“É importante dizer que em pleno século XXI ainda vivenciamos a lgbtfobia. Ontem aprovamos uma Moção de repúdio a um discurso transfóbico realizado na Câmara dos Deputados, reforçando a necessidade da criação do Fórum LGBTQIA+. Demos todo o incentivo e amparo, mas sabíamos das dificuldades que essas pessoas encontrariam para fazer seu ativismo e militância. E hoje, embora nem todos reconheçam, sabemos da sua importância através da sua atuação nas ações sociais, na Educação, na Cultura e na participação nos conselhos da Mulher, da Saúde, e agora com a participação do Gustavo Dom em São Paulo, é fundamental”, apontou Paz.
“Quero parabenizar porque conheço a luta do Fórum Mogiano LGBT, enfrentou todas as dificuldades em Mogi das Cruzes, desde assassinatos de mulheres trans, pessoas homossexuais, outra batalha foi para que a Parada Lgbt na cidade se consolidasse. Eu acredito muito que a luta faz a lei, e os valorosos companheiros e companheiras da causa conseguiram se firmar, conseguiram ser uma voz para aqueles que a sociedade tentou calar, dar visibilidade aqueles que a sociedade tentou deixar invisível e deu protagonismo aqueles que a sociedade tentou deixar no gueto”, exaltou Iduigues.
O vereador Edson Santos (PSD) também congratulou o Fórum LGBT pela luta e trabalho. “Sabemos que não é fácil lutar em favor da causa e sua atuação se ampliou para a participação nos conselhos municipais, mas ainda não veio um projeto para esta Casa o conselho das pessoas LGBT. É uma luta que a Casa tem que encampar com vocês e gostaria de pedir aos colegas vereadores que aprovemos essa Moção por unanimidade como resposta ao discurso transfóbico feito”, declarou Santos.
Em declaração de voto, o vereador Policial Maurino defendeu que a discordância não se trata de falta de respeito. “Quero deixar claro que eu como legislador tenho a opção de votar sim ou não, inerente a mim isso, pelo fato de eu votar não, não significa que estou desrespeitando porque é uma opinão minha como legislador”, afirmou Maurino.
“A gente sabe que a luta ainda é muito grande, não é de um dia para o outro que vamos conseguir que os outros entendam o sofrimento ou a liberdade da outra pessoa. Ainda existe muita mistura nas nossas cabeça sobre os LGBTs. E quando temos uma Moção de Aplauso para uma comunidade que há dez anos luta pelos seus direitos, luta pelo seu espaço é muito importante essa Casa receber e por isso meu voto favorável”, acrescentou o vereador Otto Rezende (PSD).