A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, na sessão ordinária desta terça-feira (12), aprovou a Moção de Repúdio nº 83/2021, em ato de reprovação ao crime de estupro de vulnerável cometido pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra na última segunda-feira (11). Na ocasião, o anestesista foi preso em fragrante após estuprar uma mulher grávida durante o parto por cirurgia cesariana.
A autoria da Moção é das vereadoras que compõem a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher, Inês Paz (PSOL), Fernanda Moreno (MDB) e Malu Fernandes (SD).
“No Brasil, a cada 10 minutos uma criança, menina ou mulher é estuprada. E nós como legisladores temos mais do que a obrigação de criarmos políticas públicas de combate a essas violências. Precisamos mudar a mentalidade machista, a ideia misógina de tratarmos as mulheres como simplesmente corpos, pedaços de carne que existem para servir e satisfazer os homens, e não como indivíduos de direito, que querem simplesmente ter o direito de existir em paz”, afirmaram as parlamentares, no documento apresentado ao Plenário.
Inês Paz (PSOL) comentou o caso durante a sessão parlamentar desta tarde. “Sentimos revolta e indignação de fazer uma Moção com esse teor. Estamos vivendo uma barbárie. Precisamos romper as amarras do machismo estrutural. Parabenizo as enfermeiras do Hospital, que se mobilizaram para juntar as provas e para denunciar”.
Fernanda Moreno (MDB), que também assina o documento legislativo, foi outra a lamentar o caso. “É devastador. Uma criancinha chegando ao mundo, e o médico se aproveitando de um momento de fragilidade. Um absurdo. São coisas que nos assustam. Precisamos gritar para que isso mude”.
Mais um vereador indignado foi Policial Maurino (Pode). “Foi um crime tão bárbaro, do tipo que nem mesmo a comunidade carcerária aceita. Foi uma violência psicológica, emocional e física contra mulher. Felizmente, conseguiram provas. Mas quantas vezes isso aconteceu? Nós não sabemos. Esperamos que ele seja cassado e banido da Medicina”.
José Luiz Furtado (PSDB) parabenizou a iniciativa das colegas vereadoras. “Parabéns por essa Moção de Repúdio. É horrível, principalmente no local e no momento em que tudo aconteceu. Falo aqui como pai e como esposo. Lamento profundamente que ainda tenhamos que conviver com isso”.
Otto Rezende (PSD), que é médico, foi outro a se manifestar sobre a ocorrência. “Essa pessoa não é medico nem gente. Ele está em outra dimensão. Ele fez isso na frente de todo mundo, sem nem se incomodar. Parabenizo as nossas vereadoras. Não podemos compactuar com esse tipo de violência”.
Iduigues Martins (PT) também demonstrou sua indignação. “Esta Casa não pode silenciar diante de um ato revoltante, um absurdo. É preciso, sim, ter uma posição pública. Precisamos mostrar que não vamos aceitar tal barbaridade. Lamentavelmente, isso ocorre em vários lugares: trem, ônibus, enfim”.