Em sessão solene na noite desta segunda-feira (20), a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes entregou Diploma de Honra à família do jornalista e historiador mogiano Isaac Grinberg, que completaria 100 anos em junho de 2022.
Falecido aos 77 anos em abril de 2000, Grinberg escreveu livros que reconstruíram a história da Cidade, além de ter sido jornalista em veículos de circulação local e nacional.
A homenagem obedece ao Projeto de Decreto Legislativo nº 13/2022, de autoria do vereador Prof. Edu Ota (Pode). Os trabalhos legislativos foram conduzidos pela vereadora e vice-presidente da Casa de Leis, Malu Fernandes (SD), e pelo vereador Policial Maurino (Pode), que exerceu as funções da primeira secretaria parlamentar.
Também participaram do evento a filha do homenageado Tamara Grinberg, que recebeu a honraria, a vice-diretora da Escola Estadual Isaac Grinberg, Erica Chrispino Nascimento Martins.
Representando o prefeito Caio Cunha (Pode), compareceu à cerimônia a secretária municipal de Cultura, Kelen Chacon. Também marcaram presença Glauco Riccieli, conselheiro do Comphap (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico), e Cláudio Ferreira dos Santos, membro da Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.
O vereador Edu Ota (Pode), autor da honraria, lembrou que Grinberg foi marcante para Mogi. “Ele foi muito importante para a nossa história. Quando soube do centenário de seu nascimento, senti a obrigação de homenagear. Pessoas como Isaac funcionam como combustível para formarmos novos cidadãos extraordinários”.
Cláudio Ferreira dos Santos, membro da Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras, contou que Grinberg o inspirou a criar poesias. “Quando vi o livro ‘Memórias Fotográficas de Mogi das Cruzes’, fiquei encantado. Tirei fotos dos mesmos lugares que apareciam no livro. Observava as mudanças e sentia como se estivesse vivido naquele tempo. A cada vez que via uma daquelas fotos de cenas remotas, sentia vontade de escrever poesias”.
Glauco Riccieli, conselheiro do Comphap, disse que o jornalista deixou um legado muito rico. “Foi uma fonte primária para mim: ele documentou a parte histórica e social de Mogi. Saber que o trabalho dele continua ecoando é algo que me traz muita alegria”.
Kelen Chacon, secretária Municipal de Cultura, recordou que Grinberg imortalizou em seus livros muitos outros personagens mogianos, como a dona Yayá.
“Foi um homem que marcou seu tempo e além dele. Grinberg tinha um olhar meticuloso e ordenado. Temos no Arquivo Histórico uma imensidão de documentos que nos servem de fonte e são de autoria dele. Desde os 16 anos, ele já trabalhava em jornal. Seu olhar curioso despertou tantos outros aqui em Mogi. Será que saberíamos tanto sobre a história de dona Yayá e de tantos outros personagens ilustres sem Grinberg?”.
Tamara Grinberg, filha do jornalista e escritor, também fez questão de recordar o pai. “Agradeço muito ao vereador Edu Ota por essa carinhosa lembrança. Estou longe, mas meu coração será sempre mogiano”.
Biografia/Isaac Grinberg
Mogiano, nascido em 16 de junho de 1922, Isaac Grinberg era filho de Max Grinberg e de Dona Ignácita Grinberg. Inclinando-se desde muito cedo para o jornalismo, Isaac iniciou-se como redator-chefe de "O Gymnasiano", jornal dos alunos do Ginásio do Estado em Mogi das Cruzes.
Em 1938, ele passou a ser redator do impresso "O Liberal", principal jornal da Cidade na época, para o qual o homenageado atuou até 1941. Nessa data, Isaac Grinberg mudou para São Paulo, onde trabalhou como redator do jornal "O Dia". O comunicador morou também no Rio de Janeiro, estado no qual trabalhou para veículos consagrados da imprensa tais como:
- Agências jornalística Asapress;
- International News Service;
- jornal "O Globo".
Issac Grinberg também teve matérias publicadas em jornais famosos:
- "Folha da Manhã" e "A Gazeta", de São Paulo;
- "O Povo", do Ceará;
- "A Ordem”, do Rio Grande do Norte;
- "Jornal do Comércio", Pernambuco;
- "A tarde", Bahia;
- "O Diário", Minas Gerais;
- "Folha do Norte", Pará;
- "Gazeta do Povo", Paraná.
Em fins de 1950, ele deixou o Rio de Janeiro para fundar e dirigir "A Folha de Mogi", o primeiro Jornal diário de Mogi das Cruzes.
Grinberg deu ainda imensa contribuição para a memória de Mogi das Cruzes, tendo escrito livros que até hoje são referências para rememorar a história do Município.
São obras de Issac Grinberg sobre Mogi das Cruzes:
- História de Mogi das Cruzes;
- Mogi das Cruzes de antigamente;
- Retrato de Mogi das Cruzes;
- História da Justiça em Mogi das Cruzes;
- Gaspar Vaz, fundador de Mogi das Cruzes;
- Mogi das Cruzes de 1601 a 1640;
- Folclore de Mogi das Cruzes;
- Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes.
Pesquisador, ele passou a ler e divulgar inúmeros documentos originais da História da Cidade, entre os quais as cinquenta e cinco atas da Câmara de Mogi das Cruzes de 1612 a 1627.
Da mesma forma, ele fez pesquisas no Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa, de onde trouxe mais de uma centena de documentos ligados à História de Mogi.
Isaac Grinberg recebeu as seguintes condecorações:
- Medalha "Imperatriz Leopoldina";
- Medalha "Marechal Rondon";
- Medalha "Nina Rodrigues";
- Medalha "D. Pedro II";
- Colar "D. Pedro I";
- Medalha de Ouro da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes;
- Troféu "Dom Quixote", da sociedade Espanhola de Mogi das Cruzes;
- Troféu "Itapeti" de Mogi das Cruzes, como Historiador;
- Em 1986, foi eleito "Intelectual do Ano" de Mogi das Cruzes.
De 1974 a 1977, Isaac Grinberg foi diretor da Faculdade de Comunicação Social da "Braz Cubas". Já no período que vai de 1980 a 1985, o jornalista foi diretor de Desenvolvimento da Federação das Faculdades "Braz Cubas". De 10 de janeiro de 1986 até o seu falecimento, em abril de 2000, ele foi pró-reitor Comunitário da Universidade Braz Cubas e diretor de suas bibliotecas.