A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes aprovou, em sessão ordinária nesta terça-feira (19), a Moção de nº 50/2022, de autoria do vereador Mauro Yokoyama (PL), que pleiteia melhorias nos serviços de diálise da Cidade, cujas vagas são distribuídas pela Central de Regulação de Ofertas de Serviço de Saúde (CROSS), ligada ao Governo do Estado.
No documento legislativo, o parlamentar sugere às autoridades competentes que promovam estudos visando aperfeiçoar a oferta de sessões de diálise, planejando as marcações com critérios estratégicos.
Assim, seria possível encaminhar as pessoas para mais perto de onde elas residem.
Segundo Yokoyama, hoje a Prefeitura precisa custear o transporte de 30 mogianos para Suzano em datas e horários diferentes.
“Se houvesse uma organização logística nesses agendamentos, o Município poderia disponibilizar menos ambulâncias para essa função, deixando mais unidades disponíveis para a rede. Isso sem falar na economia de combustível”, argumenta o vereador.
A intenção, segundo o parlamentar do PL, é reorganizar o encaminhamento dos usuários. “A moção visa reorganizar a listagem do tratamento de diálise. Todos os pacientes dependem do sistema CROSS. Muitas vezes os pacientes mogianos são enviados para outras cidades. Queremos alocar os usuários desse tratamento para suas cidades de origem. Afinal, trata-se de um procedimento cansativo, que leva três, às vezes até quatro horas”.
O vereador Zé Luiz (PSDB) fez questão de se manifestar. “O Governo do Estado tem deixado a desejar na questão da Saúde. Já cobramos o repasse para o Hospital Luzia de Pinho Melo, temos falado da Farmácia de Alto Custo. A pessoa já está fragilizada com a doença e ainda tem que viajar, fazer deslocamento para outro Município. Precisamos melhorar o fluxo de atendimento do CROSS”.
Francimário Farofa (PL) também reclamou do sistema de agendamento da CROSS para diálise. “Falta boa vontade para melhorar esses agendamentos. Há mais de 12 anos não acontecem reajustes da tabela SUS. O descaso do Governo do Estado com Mogi realmente é muito grande”.
Inês Paz (PSOL) endossou o coro de críticas dos parlamentares mogianos. “O Governo do Estado precisa agir. Com saúde não se brinca. Enquanto isso, as pessoas morrem. Essa questão do transporte para diálise em outras cidades é desumana. Isso quando tem, porque muitos pacientes têm que se virar para fazer o deslocamento”.
O vereador Policial Maurino (Pode) foi mais um a criticar os serviços de diálise na Região. “Espero que Rodrigo Garcia, que assumiu o cargo de governador há alguns dias, possa ter um olhar diferenciado para nossa Cidade. As pessoas precisam de um tratamento adequado, até mesmo por uma questão de dignidade”.
Otto Rezende (PSD) criticou a mantenedora do Hospital Luzia de Pinho Melo, endossando as queixas do Legislativo sobre o desempenho da Secretaria de Estado da Saúde em Mogi e Região. “A SPDM [Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina], que administra o Hospital Luzia de Pinho Melo, está acomodada. Ela toca alguns serviços, hoje escolhe o que quer fazer. Infelizmente, quem perde é Mogi das Cruzes. Se fechou o pronto-socorro, tinha que melhorar os outros serviços. Essa entidade não serve mais para o nosso Município".
O documento parlamentar será encaminhado ao governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia, ao secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, e à bancada do Partido Liberal na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Também serão comunicados sobre a solicitação de Yokoyama o prefeito de Mogi, Caio Cunha (Pode), e o secretário Municipal de Saúde, Zeno Morrone.