A Câmara Municipal de Mogi das Cruzes endossou na sessão ordinária desta quarta-feira, 9, a moção de repúdio 13/2022, de autoria do vereador Otto Rezende (PSD).
O parlamentar protestou contra a invasão da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, no Paraná, no último dia 5. Na ocasião, manifestantes do Núcleo Periférico de Curitiba, que protestavam contra o assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe no último dia 24 no Rio de Janeiro, acabaram invadindo a sede religiosa.
No episódio de Curitiba, os manifestantes teriam se desentendido com o padre da Igreja e, por essa razão, teriam resolvido ocupar o espaço, incentivados pelo vereador daquela Cidade, Renato Freitas (PT).
Otto Rezende lamentou o acontecimento. “Foi mais um ato de intolerância, um gesto agressivo e desrespeitoso, que viola a proteção constitucional religiosa. As pessoas estão perdendo a noção do que é certo e do que é errado. Não é justo prejudicar a oração, o direito de fé dos religiosos. Há formas corretas para se protestar”.
Maurinho do Despachante (PSDB) também comentou o caso. “Há um momento muito delicado no mundo. Não importa se o templo é católico ou evangélico. Pessoas vão para esses locais para ganhar força nesta batalha da vida. É realmente um absurdo”.
Iduigues Ferreira Martins (PT) se absteve de votar. “Como cristão, católico e único vereador do PT em Mogi, defendo totalmente a liberdade religiosa e a tolerância. Porém, vou me abster desta votação, já que o vereador de Curitiba também tem a sua versão dos fatos. Prefiro aguardar o desfecho da apuração, em andamento pela Casa de Leis de lá”.
Johnross Jones Lima (PODEMOS) foi mais um a comentar a moção. “É preciso respeitar a todas as religiões e ter um comportamento que gere a unidade. Nós parlamentares devemos trabalhar sem grito, sem violência e sem desrespeito”.
Edson Alexandre Pereira (MDB), o Edinho também votou a favor da moção. “Voto a favor, mas precisamos refletir sobre o racismo estrutural neste país”.
Malu Fernandes (SD) também comentou sobre a moção. “Nossa liberdade termina quando começa a dos outros. Não é legítimo tentar interromper um culto ou qualquer outro evento. Temos que defender a liberdade, mas também o respeito a todas as pessoas. Rechaço a morte [do congolês] e também a interrupção da cerimônia religiosa”.
Inês Paz (PSOL) votou contra a moção. “Não podemos confundir a reação do oprimido com a violência do opressor. Precisamos tomar cuidado para não alimentar a sociedade do ódio. Sou contra a ocupação da Igreja, mas discordo da redação do projeto”.
A moção de repúdio será encaminhada ao bispo diocesano de Mogi das Cruzes, dom Pedro Luiz Stringhini, ao arcebispo metropolitano de Curitiba, José Antonio Peruzzo e à CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).