Na sessão ordinária desta terça-feira (09), O Legislativo de Mogi das Cruzes, por meio da Moção 17/2021, apresentada pela vereadora Fernanda Moreno (MDB), consignou votos de profundo pesar pelo falecimento do ex-vereador de São Paulo, Masataka Ota, aos 63 anos, em 24 de fevereiro de 2021.
Ota nasceu em 1956, na província de Tomigusuku, em Okinawa, Japão. Ele era naturalizado brasileiro e chegou com a família ao país com apenas um ano, ganhando a vida como comerciante na Zona Leste da capital paulista, antes de entrar na política. Casado com a ex-deputada federal Keiko Ota por mais de 30 anos, ele tinha três filhos: Vanessa, Ives e Ises.
Masataka Ota foi coordenador do “Movimento Paz e Justiça Ives Ota”, criado por ele e sua mulher em 1997, em consequência da tragédia que envolveu seu filho Ives, brutalmente assassinado aos oito anos de idade. O objetivo era lutar por justiça, paz e direitos humanos para todas as pessoas, especialmente às vítimas de violência. Ficou conhecido nacionalmente por ter ficado frente a frente com os assassinos de Ives e tê-los perdoado. Com isso, ele afastou o sentimento de ódio e rancor pelo crime. Após o assassinato do filho, o casal abriu um instituto na Zona Leste com o nome do garoto, prestando auxílio aos moradores da Vila Carrão.
Ainda em 1997, organizou abaixo-assinado contrário à proposta de redução da pena para crimes hediondos de 30 para 15 anos. Em seguida, foram coletadas cerca de 3 milhões de assinaturas em todo o país e até no exterior. O documento foi entregue em 1999 ao Congresso Nacional.
Masataka Ota foi, também, vereador da cidade de São Paulo por dois mandatos. Uma de suas marcas como vereador na capital foi por defender leis mais duras para crimes hediondos, por justiça e pelo fim da impunidade. Trabalhou, ainda, em defesa dos direitos das crianças e por uma educação de qualidade e em período integral. Foi autor da lei 15.960/2014 que estabelece oferta de assistência psicológica aos alunos da rede municipal de Educação. Em 2020 teve 9.427 votos e era suplente do PSB na Câmara.
Em 2018 Masataka Ota e sua esposa Keiko Ota estiveram em Mogi das Cruzes, nesta Casa de Leis, para uma palestra sobre o perdão, do mês do "Agosto Violeta". Por anos lutou contra um câncer e estava internado no hospital Sírio Libanês, no Centro de São Paulo, quando faleceu por volta das 21 horas do dia 24 de fevereiro de 2021.
