No último dia 20 de fevereiro, a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes perdeu uma auxiliar de limpeza de empresa prestadora de serviço contratada pelo legislativo. Silvana Orosco Pires, 56, assim como mais de 266 mil pessoas no Brasil, não resistiu às complicações causadas pela Covid-19. Em um gesto simbólico, Silvana foi lembrada pelo Legislativo, na sessão ordinária desta terça-feira (09/03), quando os vereadores aprovaram a Moção 16/2021, consignando voto de profundo pesar pelo ocorrido.
As autoras da iniciativa foram as vereadoras Inês Paz (PSOL), Fernanda Moreno (MDB) e Malu Fernandes (SD). As parlamentares, no documento que apresentaram ao Plenário, destacaram a dedicação de Silvana ao trabalho e à família. “Era tida como um exemplo de mulher: batalhadora e extremamente dedicada. Como a maioria das matriarcas, era arrimo de família. Ela era a principal responsável pelo sustento do lar”.
Durante a sessão, as vereadoras ainda criticaram a sistemática exposição de trabalhadores do grupo de risco para agravamento da Covid-19. “Sempre sorridente e muito calma. Foi uma grande perda. Infelizmente foi mais uma vítima invisível da Covid-19. Quantas pessoas em nosso país ainda vão falecer porque as empresas não permitem o afastamento do trabalho? Silvana infelizmente estava exposta ao vírus”, questionou Fernanda Moreno.
“Mais uma trabalhadora que foi vítima da Covid, que colocou sua vida em risco porque não pôde fazer o trabalho remoto. Temos que estar preocupados com a vida desses trabalhadores que não tem condição de ficar em casa”, complementou Inês Paz.
Nascida em Mogi das Cruzes, em 08 de janeiro de 1965, Silvana era antiga moradora do Jardim Universo, em Braz Cubas e nos últimos dois anos atuou com auxiliar de limpeza na Câmara de Mogi das Cruzes, terceirizada por empresas de limpeza, mais recentemente, pela RSPA Gestão de Limpeza Empresarial Eireli.
Com histórico de diabetes e insuficiência cardíaca, Silvana era considerada grupo de risco para tratamento de Covid-19. Foi acometida por duas vezes pelo vírus: em outubro de 2020 e, mais recentemente, em janeiro deste ano. Na última ocasião, pelos sintomas, Silvana precisou ser internada no Hospital Luzia de Pinho Melo, onde permaneceu por mais de 40 dias. Por complicações de saúde, ela não resistiu e veio a falecer no último dia 20 de fevereiro.
Silvana era casada com o segurança Mário César, de 56 anos e deixou quatro filhos: Gleice de 34 anos, Rafael de 31 anos, Maira de 27 anos e Marcella de 18 anos.
