Na sessão ordinária desta terça-feira (22) a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes consignou votos de profundo pesar pelo falecimento do professor e historiador Jurandyr Ferraz de Campos. A iniciativa foi feita através da aprovação unânime do Requerimento 214/2019, apresentado pelos vereadores Edson Santos (PSD) e Pedro Komura (PSDB).
“Era exemplo na cidade, historiador e professor e um grande admirador e precursor da Festa do Divino. Gostaria de em nome da Câmara Municipal deixar um abraço muito caloroso para a família do professor”, ressaltou Santos.
O vereador Iduigues Martins (PT) e Antonio Lino (PSD) também fizeram uso da palavra para enaltecer a história do professor. “Uma pessoa excepcional, uma pessoa transitava em todas as áreas da cidade, intelectual, professor e funcionário público aposentado. Durante toda sua trajetória de vida teve uma coerência sem igual”, afirmou Martins.
“Uma pessoa que tinha na alma a pureza de conversar com as pessoas e a paciência de explicar a história da nossa cidade”, complementou Lino.
Natural de Caçapava, Jurandyr faleceu aos 83 anos, no dia 16 de outubro de 2019, em São Paulo, em decorrência de fibrose pulmonar e pneumonia. Filho de José Pereira Campos e Geralda Ferraz de Campos, foi casado com Marlene Pinto de Campos com quem teve os filhos Áurea Cristina, Marcos Eduardo e Marcela. O Professor Jurandyr Ferraz de Campos foi também um grande divulgador das tradições religiosas e folclóricas da Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes, da qual foi festeiro em 1989.
Formou-se Bacharel em História pela Universidade de São Paulo, onde graduou-se e fez mestrado. É licenciado em História pela PUC — Pontifícia Universidade Católica. Aprovado em concurso público para o Banco do Brasil, exerceu suas funções laborais de 1959 até 1989, quanto aposentou-se das atividades junto à instituição financeira.
Paralelamente às atividades profissionais junto a agência bancária local, atuou como professor da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), nas disciplinas: História Econômica e História do Pensamento Econômico, de 1969 a 1986; Paleografia, de 1992 a 1997; História Econômica, em 1994 e Antropologia Cultural de 1996 a 1998.
Ministrou cursos organizados pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Mogi das Cruzes sobre paleografia colonial brasileira nos anos de 1987, 1988, 1993 e 2002. O homenageado também foi diretor do Museu de Arte Sacra de Mogi das Cruzes, conforme convênio da Prefeitura de Mogi das Cruzes, Mitra Diocesana, Província Carmelitana de Santo Dias, Ordem Terceira do Carmo e SPHAN, de 1986 a 1988.
Participou do Projeto de Arqueologia da Região da Serra do Itapeti, como responsável pela Coordenadoria dos Levantamentos Históricos, no período de 1989 a 1996. Foi fundador, coordenador e membro do Conselho Editorial de BOIGY, responsável pela publicação dos Cadernos da Divisão do Arquivo Histórico e Pedagógico Municipal de Mogi das Cruzes.
Foi sócio fundador da Associação Mogiana de Paleografia AMP, de 1998 e criador do projeto Vídeo Memória de Mogi das Cruzes, 1995/96, destinado a registrar em vídeo aspectos culturais, sociais e folclóricos de Mogi das Cruzes e região. Também foi sócio fundador da "Associação Pró-Festa do Divino" e atuou como secretário municipal de Cultura e Meio Ambiente de Mogi das Cruzes, de 2000 a 2004.