Na sessão ordinária desta quarta-feira (21) os vereadores aprovaram, por unanimidade, o Projeto de Decreto Legislativo 18/2019, que estabelece a comemoração dos 100 anos da imigração japonesa na cidade de Mogi das Cruzes. A propositura foi apresentada pelo presidente da Câmara, Sadao Sakai (PL), e pelos vereadores Cláudio Miyake (PSDB) e Pedro Komura (PSDB).
“A colônia japonesa não somente continua dando a sua contribuição na cidade, mas seus descendentes estão atuando nas diversas áreas: política, médica, empresarial, judicial, meio acadêmico e de outras várias profissões. Nesta casa de leis, é obrigatória a lembrança de ilustres membros que muito contribuíram para o progresso de nosso município, registrando seu nome na história, em especial os nobres vereadores Taro Konno que em 1951 foi o primeiro nissei eleito e Minor Harada, que, por ocasião do cinquentenário da imigração, foi o primeiro nissei a ser presidente desta casa de leis em 1969”, pontuaram os parlamentares no documento apresentado ao Plenário.
Em 18 de junho de 1908 chegou ao Porto de Santos, o navio Kasato Maru trazendo 165 famílias de japoneses. A grande parte destes imigrantes era formada por camponeses do norte e do sul do Japão, que vieram trabalhar nas fazendas do oeste do Estado de São Paulo.
No começo do século IX, o Brasil precisava de mão-de-obra estrangeira para as lavouras de café, enquanto o Japão, passava por um período de grande crescimento populacional. A economia nipônica não conseguia gerar os empregos necessários para toda população, então, para suprir as necessidades de ambos países, foi selado um acordo imigratório entre os governos brasileiro e japonês.
Nos primeiros dez anos da imigração, aproximadamente quinze mil japoneses chegaram ao Brasil. Este número aumentou com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Pesquisas indicam que de 1918 até 1940, aproximadamente 160 mil japoneses vieram morar em terras brasileiras. Neste ínterim chegaram à Mogi das Cruzes as primeiras famílias de imigrantes japoneses, vieram com um único objetivo: a busca constante de ascensão social.
O pioneirismo coube, em julho de 1919, à família de Shiguetoshi Suzuki e sua esposa, Fujie Suzuki. Com 32 anos, vindo da província de Aleita Ken, norte do Japão. Logo após Suzuki, em Cocuera, chegaram, em 1921, as famílias Yoneda, Utida e Maturara. No ano seguinte, foi a vez de Takeji Suzuki, Kikutaro Suzuki, Yoshio Suzuki, Tetuzo Yoshida e Konno, que chegaram junto com os seus filhos Iko, Taro Konno, Tomika, Tomessake e Hiroshi. Em outras regiões da cidade, chegaram as seguintes famílias pioneiras: a Porteira Preta, em 1920, foi ocupada por Hatiro Nishie e sua esposa. Em 1926, proveniente de Yokohama, chegava Kenji Neguishi, que mais tarde casou-se com a filha de Nishie, Kiyoko. Em Botujuru, Keisaburo Honda e Yassutara Meijua chegaram em 1924. Em César de Souza, possivelmente em 1927, se instalou a família Sito. Na Vila Moraes, Shohei Inui e família chegaram em 1928. Para a região de Biritiba Ussu, em 1932, foi a família de Tokuji Abe, que já havia chegado em Mogi na década de 1920. Ainda na mesma data, em 1932, em Itapanhaú, as famílias de Kumatsu Kita foram as primeiras. Mais tarde, no Taboão, em 1946 a família Fujinaga para se estabelecer atrás da serra do ltapeti.
Em 1947, no bairro de Pindorama chegaram Yoshie Teraoka, Ritsu Shiraishi, Shiguerahu Shiraishi. Finalmente, em Quatinga, em 1951, instalaram-se três famílias: Shigueyuki Konishi, Taneso Matoba e Miyoshi Tabata.
