Na manhã desta terça-feira (27), a secretária municipal de Educação, Juliana Guedes, esteve na Câmara para uma reunião com os moradores do bairro Jardim Margarida, que estão insatisfeitos com a administração da Creche Profª Thereza Amorim Martinez, que atualmente é administrada pela Associação Beneficente Doce Lar. A reunião, conduzida pelo vereador Mauro Araújo (MDB), foi convocada pelos membros da Comissão Permanente de Educação e Comissão Permanente de Direitos Humanos do Legislativo.
Entre as principais reivindicações dos moradores do bairro estão a recente falta de expediente, que durou dez dias; a demissão de parte dos funcionários que atuavam na entidade que administrava a creche. Durante a reunião, a presidente da Associação Beneficente Doce Lar, Marcela Rocha, também foi alvo de diversas críticas por parte dos moradores, que a acusaram de debochar das reclamações das mães e pais das crianças, mudar de forma radical a cultura organizacional da creche, além de não permitir a entrada dos pais no local.
“Estou aqui indignada com a maneira que estamos sendo tratados. A minha indignação é como mãe. A minha revolta é por não saber quem está cuidando da minha filha. Cheguei lá e ninguém me deu atenção, fui tratada como um animal, como um lixo”, desabafou uma das mães presentes na reunião.
De acordo com a secretária Juliana, houve interrupção no serviço para que a creche se organizasse e para que fossem feitas alterações em quadro de funcionários. Juliana também explicou que na semana que iriam retornar as aulas houve furto do cabeamento do prédio, fato que prolongou a suspensão dos serviços.
Já em relação à demissão de funcionários da antiga Associação, Juliana afirmou que houve uma tentativa de acordo, para que eles fossem recontratados, mas que, segundo a Associação Beneficente Doce Lar, a recontratação não aconteceu porque os funcionários optaram por receber o Seguro Desemprego pelo tempo de trabalho na antiga Organização e queriam ser recontratados após o recebimento do benefício”.
Por fim, em relação às críticas sobre descaso, truculência e falta de diálogo com os pais das crianças, a secretária de Educação garantiu que estabelecerá o diálogo com a presidente da entidade, Marcela Rocha, para que todos os problemas possam ser resolvidos. Juliana Guedes informou que irá supervisionar o funcionamento da Creche incumbindo os funcionários da Secretaria de Educação para o acompanhamento de suas atividades pedagógicas e administrativas. Na segunda semana do próximo mês, a secretária disse que fará outra reunião com os moradores para prestar contas do que foi apurado na Creche.
O vereador Iduigues Martins (PT), membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, afirmou que não está havendo interação entre a entidade que administra o local e a população. Por conta disso, defendeu que haja um novo chamamento público para que outra entidade possa administrar a creche. “Entendo a indignação dos moradores, ver uma cultura nova com hábitos novos é chocante. Isso impacta na sociedade. É a única creche que já vi até hoje com tamanho nível de trauma de relação com a comunidade”.
“Não importa a entidade que esteja gerindo, o que importa é que tenha atenção e conhecimento. Está faltando diálogo, uma reunião com pais e mães junto com representantes da Comissão de Educação e de Assistência Social da Câmara para que possamos aparar todas essas arestas”, ressaltou o vereador Protássio Nogueira (PSD).
De acordo com as informações da Secretaria Municipal de Educação, no dia 2 de agosto de 2018 foi criada, via Decreto, uma comissão para realizar a troca de administração da Creche Profª Thereza Amorim Martinez, por conta de irregularidades com a entidade responsável, como notas fiscais de alimentação e uso de cheques da entidade para gastos de ordem pessoal.
Após o processo de chamamento público, no dia 27 de agosto, foi publicado nos jornais locais o edital anunciando a entidade vencedora do chamamento público, que foi a Associação Beneficente Doce Lar, que passou a administrar a creche.
Também participaram da reunião os vereadores Edson Santos (PSD) e Antonio Lino (PSD).